quinta-feira, 17 de maio de 2012

Contribuições do curso

Relato reflexivo


O curso foi uma experiência muito interessante, embora  pra mim não tenha sido  muito fácil, pois não tenho tanta habilidade na produção de texto e mesmo no trabalho com a internet. Mas ele só veio enriquecer o meu trabalho. Pude conhecer novas pessoas, me interagir com elas, ler bastante e pesquisar.
O curso em questão é uma prática que leva o professor a perceber que o aperfeiçoamento é necessário cada vez mais. Temos que encontrar nas tecnologias, como a internet, uma parceira que só tem a tornar nossa vida mais fácil.
Eu só tenho que agradecer e dizer que aprendi muito e que no próximo estarei melhor no uso das tecnologias.

Abraços

Shirlei

A democracia, a leitura, e a escrita: tudo a ver!!!

O texto abaixo foi encaminhado para que você, leitor, possa refletir um pouco sobre a importância da democracia nos dias de hoje. Na época da ditadura (1964-1985) eram comuns as receitas culinárias nos espaços do jornal que haviam sido censurados. Hoje temos uma imprensa livre, sinal de que a democracia está cumprindo o seu papel!!!

A democracia mostrando suas consequências!



Dia 16/05: ótimo dia para leitores, escritores, enfim, para todos!

Nesta data entrou em vigor a Lei de Acesso à Informação


e está sendo instalada a Comissão da Verdade.


Tanto uma quanto a outra são apenas consequências do


processo democrático relativamente recente que vive o país


e o tornam mais transparente!


Brasil: Nós podemos mais!!!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Correspondência Internacional


Correspondência internacional


Correspondência internacional aos dezoito anos
No início da década de oitenta prestei vestibular na UFRJ e fiquei hospedada na Casa do Estudante, um abrigo para jovens... algo tão interessante e divulgado nos dias de hoje! Eu tinha, então, dezoito anos e aproveitei para experimentar todos os lanches de uma rede de fast food que ficava a uma quadra deste local em que fiquei e para conhecer a gafieira da escola de samba Portela
As provas do vestibular aconteciam um dia sim, outro não! Eu não acreditava: num dia eu podia prestar a prova no período da manhã e aproveitar a praia à tarde e, no outro dia, era praia o dia todo!!! Acho que isso tudo fez com que eu me apaixonasse pelo Rio.
Foi também uma coisa maravilhosa conhecer inúmeras pessoas de outros estados e de outros países da América do Sul estes, com seus costumes e me colocando em contato com outra língua, o castelhano.
Conhecí alí uma estudante do Uruguai; nos comunicávamos por carta e essa troca de cartas tornou-se uma amizade que durou anos, a qual me despertou para vários sentimentos: um deles é o de ter realmente um amigo que estava longe, que eu não podia ver, que se preocupava comigo, que mandava notícias suas e queria notícias minhas também; outro deles é o de medo pois, em algumas vezes em que demorei um pouco para responder as cartas de minha amiga, a mesma ficou preocupadíssima com a hipótese do governo do país dela ter aberto a minha carta (estamos falando de violação de correspondência na época da ditadura) e poder acontecer algo de ruim comigo ou com ela. Comecei a ter noção do que era a Ditadura naquele país e no nosso também!; mais um sentimento que aflorou com essa troca de correspondência foi o do aprender a conhecer as pessoas atravéz do que elas dizem (no meu caso, escrevem!).
Essa amizade marcou-me para sempre: eu esperava as cartas de minha amiga e queria escrever o mais corretamente possível para que ela entendesse tudo o que eu queria dizer-lhe!
Sinto saudades até hoje de nossas conversas!

Contribuições do curso para uma Diretora de Escola


Relatório Reflexivo

Como diretora de escola e pedagoga eu comecei a fazer este curso para entender melhor certos contextos digitais, tais como o blog, o forum, etc. e aprendi muito com os diversos e diferentes textos apresentados.
Tal foi a contribuição do curso para minha prática docente que encaminhei diversos textos daqui para que os professores coordenadores da escola discutissem com os professores em Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo, que nada mais são do que aulas para formação em serviço.
Nestas aulas precisamos sempre de discussões atuais, textos prazerosos, instigantes, novidades e encontrei um pouco disso tudo nos textos apresentados nesse curso.
Claro que senti dificuldade, pois não sou ligada diariamente à leitura prazerosa e, sim, à textos frios, técnicos, com informações sobre a vida funcional do pessoal da escola ou mesmo textos curtos que não desejam saber a minha opinião: são dezenas de e-mail semanais que recebemos da Secretaria da Educação com ordens para cumprirmos. É muito difícil sentir prazer com uma leitura desse tipo de texto que mencionei e acaba nos deixando um pouco despreparados para um curso .
Decidi então, fazer o curso fora do meu horário de trabalho para aprender mais um pouco sobre leitura e escrita, tanto que estou em férias e estou aqui, firme e forte!
Gostei demais do curso e aprendi muito, apesar da minha dificuldade em entender como fazer certas coisas, tais como o fórum. Acho que as pessoas dos grupo e as outras pessoas de outros grupos demoravam demais para entrar em contato e isso me deixou extremamente ansiosa. Mas entendi: há um prazo e todos entram quando podem.

O Futuro é hoje!!!


Tendências tecnológicas deixarão você mais feliz!?


         Passear de carro com o auxilio de GPS já se tornou lugar comum entre as pessoas com acesso a essa tecnologia, mas o que dizer sobre banheiros totalmente informatizados que vão dando ao usuário informações interessante como temperatura externa, principais ruas e avenidas congestionadas, cotação  diária do dólar, etc.?
        E com relação a um closet digital, atualizado constantemente com a moda e suas tendências, que o ajudará a compor a vestimenta do dia? Você pode verificar como ficará vestido com uma roupa ou com outra e "solicitar" que o próprio closet traga essa roupa até você.
          Está achando legal essa informação? Então, espere só até você abrir uma tela digital interativa em cima de uma superfície plana qualquer e poder ler, ver, ouvir e falar com alguém como, por exemplo, em um smartphone, só que agora, sem o aparelho. Tudo à sua disposição, com inovações tecnológicas que têm a função e deverão auxiliam você a conquistar a felicidade!?
          Aqui cabe uma conclusão óbvia: não são as tecnologias e, sim, o texto que será o responsável pelo caminho que o levará a sonhar os seus sonhos mais secretos. Estes sim poderão deixá-lo feliz, independentemente de ser em papel ou digitalizado.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Professor: um encantador de jovens!!!

Clarice Lispector nos dá a dica para podermos conhecê-la, entendê-la, decifrá-la, enfim, fazer com que ela faça parte de nós: "Até onde posso, vou deixando o melhor de mim... se alguém não viu, foi porque não me sentiu com o coração".
Em 1997 participei de uma reunião de professores com o pessoal da Oficina Pedagógica e, ao final da reunião, uma professora espetacular que era ATP (Assistente Técnico Pedagógico) começou a ler uma poesia para todos nós. Ficamos embevecidos com o que ela estava lendo e com a forma como ela lia aquela poesia.
Ao final ela perguntou: vocês gostaram?
Todos nós respondemos: sim, gostamos!
E ela acrescentou: pois é, professores, leiam para os seus alunos, eles também gostarão!!!
Claro que não basta ler; temos que ler com emoção, com sentimento, temos que nos colocar na leitura!
Essa é uma maneira de formarmos bons leitores: pelo exemplo, pelas atitudes que temos cotidianamente com a leitura!


terça-feira, 17 de abril de 2012

Ler é inventar problemas

Para iniciar a  viagem sobre o mundo da leitura, sugerimos um texto do filósofo Gabriel Perissé, que possui reflexões interessantes sobre o ato de ler:

A leitura acontece como um jogo de tetris: cada texto construído se dissolve aos poucos diante do leitor, para dar espaço a novas linhas que serão criadas

Gabriel Perissé*
  
A leitura é ato criativo, o que significa pensar nos diferentes modos de ler e nos mais surpreendentes objetivos por parte do leitor. Posso praticar a leitura como distração ou como tarefa vinculada a uma pesquisa acadêmica, como forma de aprender a escrever, como busca de soluções profissionais ou existenciais, ou como inspiração para conhecer a mim mesmo, ou como forma de preencher a solidão, ou como caminho de solidariedade.

Uma outra maneira de ler é a filosófica. Ler filosoficamente é ler para pensar. Não um pensar qualquer, exercício mental apenas. Filosofar é um pensar responsável, em busca de tudo aquilo que nos torne mais humanos.

A leitura com espírito filosófico não teme inventar problemas. Tudo o que não inventamos é falso, repetindo o poeta Manoel de Barros. O encontro com as verdades humanas depende de nossa abertura para o inesperado. Ir ao encontro dessas verdades é um modo radical de estudar.

Leitura como encontro

A leitura inventiva não inventa do nada. O encontro filosófico com as palavras requer o cumprimento de algumas exigências. Uma delas é deixar que o texto de um autor entre pelos olhos e ouvidos. O trecho de um texto maior será saboreado sem desgastar-se. Vejamos, por exemplo, o primeiro parágrafo de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, do escritor moçambicano Mia Couto:

A morte é como o umbigo: o quanto nela existe é a sua cicatriz, a lembrança de uma anterior existência. A bordo do barco que me leva à Ilha de Luar-do-Chão não é senão a morte que me vai ditando suas ordens. Por motivo de falecimento, abandono a cidade e faço a viagem: vou ao enterro de meu Avô Dito Mariano.

Primeiramente, deixar-se impregnar pelas palavras - sonoridade, sentidos, as imagens que evocam. O parágrafo a ser contemplado possui três períodos.

No primeiro período, a imagem do umbigo. O umbigo é uma cicatriz. Nasce de um corte. Antes do corte, o parto. Associando parto e morte, Mia Couto inicia sua história, uma viagem ao centro da vida. A morte, como o umbigo, lembra uma existência anterior. Na cicatriz, a ausência de algo diz tudo, nas entrelinhas. A morte, mais do que ausência de vida, é sinal de que houve vida. Estamos diante de uma permanência disfarçada de ausência.

Ler e reler o primeiro período faz a comparação cada vez mais nítida. A morte é como o umbigo. A cicatriz é lembrança da vida. Filosofar, como diziam os antigos, é aprender a morrer, o que nos ensina a viver melhor. A lembrança de uma existência anterior ao parto, associada à de uma existência anterior à morte, insinua um pós-morte em equivalência a um pós-parto.

Aprender a morrer é, então, um aprender a nascer? Eis um problema inventado pela leitura filosófica.

O segundo período fala da morte como algo que atua e direciona os vivos. A morte vai ditando suas ordens. É um capitão - ou melhor, é capitã comandando o barco dos vivos. O narrador está a bordo do barco. Seu destino é uma ilha. A ilha, um lugar à parte, leva a pensar no além. Para além da terra firme, uma outra terra firme. Mas é preciso fazer a travessia, sob o comando da morte.

Para onde, então, a morte nos leva? Este é mais um problema inventado.

A morte volta a ser mencionada no terceiro período. O que não incomoda o espírito filosófico. Filosofar é abandonar a cidade, fazer a viagem, sair de si. O que há de habitual na cidade deve ser abandonado. O que há de conhecido e seguro na cidade deve ser substituído pela viagem. O enterro do avô é o motivo da viagem. O corpo ainda não foi enterrado. A viagem tem um destino. O viajante vai em direção ao morto, ao encontro do mistério. Se o enterro é ato sagrado, a viagem também.

Outro problema inventado - quando começarei a fazer a viagem decisiva?

Leitura como jogo

Outra exigência da leitura filosófica é entrar no jogo, e jogar até o fim. O poeta brasileiro Felipe Fortuna escreveu um poema intitulado "Tetris":

A vida aparece aos poucos:
sua construção de acaso
não decifra o dia seguinte.
Bloco sobre bloco se executa
a obra que corrói o corpo.
Nós somos pouco.

Um dos mais antigos (e até hoje um dos mais viciantes) jogos eletrônicos, o Tetris nasceu em 1984, na União Soviética. Na tela, tetraminós (blocos formados por quatro quadrados iguais) vão descendo sem parar. O objetivo é empilhá-los de modo a formar linhas horizontais perfeitas. Cada linha que se forma, desintegra-se, e as camadas superiores descem um pouco mais. Ganham-se pontos. O jogador que em dado momento já não consegue criar linhas horizontais é vencido pelos tetraminós.

A vida é como os tetraminós: fatos, pessoas, formas variadas vão surgindo sem parar. Cada vez que conseguimos completar uma obra, construir alguma coisa, essa coisa deixa de existir como desafio. E novos fatos, outras pessoas, outras formas continuam surgindo.

Mas há um momento em que não conseguimos dar conta do recado. E o jogo termina. Somos incapazes de vencer o tempo todo. O que não impede que inventemos um novo problema: seria possível jogar para sempre? Em tese, sim, seria possível. Contudo, por mais entusiasmante que seja o jogo da vida, a evidência é que "somos pouco".

Ler é jogo viciante. Cada linha horizontal que construímos como leitores dissolve-se diante de nossos olhos. E outras linhas vão sendo criadas. E somos sempre pouco. Dentro em pouco, seremos superados. Somos pouco para tantos livros, tantos autores. Somos pouco para tanta vida.

O poeta afirma que ele é pouco, e que somos pouco. A leitura filosófica admite essa verdade. No entanto, o paradoxo persiste. Ao mesmo tempo que afirmamos sermos pouco, algo em nós resiste. O poema se refere ao "dia seguinte" não decifrado. Hoje, somos limitados. Hoje, perdemos o jogo. Mas (outro problema  inventado) quem disse que o dia seguinte não virá?

*Gabriel Perissé 
(www.perisse.com.br) é doutor em Filosofia da Educação (USP), pesquisador do NPC - Núcleo Pensamento e Criatividade